1 - INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta um resumo da análise e projeto de sistemas
elevatórios de água, abordando suas características
básicas, para, a partir desse conhecimento apresentar dois métodos
de controle da vazão. Os métodos abordados são o
controle de vazão por válvula e controle da vazão
pela velocidade da bomba.
Fatores que contribuem para o custo da energia elétrica, em
sistemas de bombeamento:
1. Ultrapassagem da demanda contratada;
2. Baixo fator de potência, o que leva a cobrança de energia
reativa excedente.
3. Consumo elevado em horários de pico, entre 17:30 h e 20:30 h.
4. Equipamentos antigos, nos quais ocorre a dificuldade de manutenção
e adaptação às normas tecnológicas atuais;
5. Baixo rendimento das instalações de bombeamento, ocasionando
maior consumo de energia elétrica.
VOLTAR
2 - INSTALAÇÃO DO SISTEMA
DE BOMBEAMENTO
Podemos dividir a análise de uma instalação de elevação
em duas partes:
1. Instalação ou sistema elevatório;
2. Estudo do bombeamento ou bomba.
Os elementos do sistema elevatório ( figura: 1 ) ou intalação
representam as características físicas encontradas para
o transporte da água de um nível para outro, basicamente
teremos os seguintes dados a serem levantados:
1. Desnível entre os reservatórios de sucção
e de descarga ou recalque;
2. Vazão do sistema;
3. Comprimento e diâmetro da tubulação;
4. Quantidade de acessórios como curvas, joelhos , válvulas
etc.
Figura 1: Croqui de uma instalação
de recalque
Fonte: Catálogo KSB BOMBAS S.A.
O objetivo do sistema de bombeamento é coletar a
água do reservatório inferior, ou reservatório de
sucção, e transporta-la até o reservatório
superior , ou reservatório de recalque. A função
da bomba é fornecer a energia ao líquido, vencendo as resistências
do encanamento, seus acessórios e o desnível entre os reservatórios.
Perdas de pressão
numa instalação hidráulica de elevação:
Perdas estáticas (He)- Compreende o desnível entre
reservatórios, comprimento da tubulação, diâmetro,
quantidade de curvas, joelhos e válvulas . O desnível entre
os reservatórios recebe no nome de altura estática de elevação
e sua unidade é o metro ( m) . Representa a quantidade de energia
por unidade de massa que a bomba precisa adicionar ao líquido para
uma determinada vazão.
Perdas dinâmicas (Hd) - As perdas na tubulação,
são proporcionais ao quadrado da vazão, sendo a sua unidade
também o metro ( m ) . É a energia, por unidade de massa,
que o fluido necessita para vencer as resistências, permitindo,
a vazão especificada.
Perdas totais (H) - É a soma das perdas estática
mais a perda dinâmica, representa a altura total da instalação
de recalque e depende em parte da vazão.
2.1 - CURVA DO SISTEMA OU INSTALAÇÃO
A instalação pode ser representada matemáticamente
por uma curva envolvento as perdas de pressão H (em metros) e a
vazão vazão Q (em m3 / hora ).
Figura 2: Curva representativa de uma instalação
elevatória
Observando a curva da instalação observando
da instalação de bombemanto, podemos destacar duas medidas:
A - Representa a altura estática total (He),
ou seja, os desníveis da sucção e elevação.
Os desníveis, na verdade variam com os níveis dos reservatorios
de sucção e de descarga. Mas, esta variação
pode ser despresível, dependendo dos desnível entre
reservatórios.
B - São as perdas dinâmicas (Hd). Isto
é, as perdas de pressão ao longo da tubulação
e seus acessórios ( Curvas, vávulas, etc. São
chamadas perdas dinâmicas por que variam com a vazão.
VOLTAR
3 - CARACTERÍSTICAS
DA BOMBA
Figura 3 : Conjunto
motor e bomba
Fonte: DANCOR - Bombas e Filtros
A curva H x Q, da bomba, que descreve seu comportamento,
para a vazão Qn e a altura total Hn.. A altura total H, é
a carga total que a bomba precisa vencer para obter uma vazão Q.
Os fabricantes fornecem as cuvas envolvendo alturas, vazão e rendimento
para facilitar a especificação da bomba adequada.
Figura 4: Curva típica de uma bomba
A curva da bomba , mostra que a vazão e a perda de
pressão são inversamente propocionais. Na medida em que
a bomba fornece ao fluido, mais energia para uma maior vazão, a
perda de pressão ( altura H ) fica menor.
3.1 - RENDIMENTO DA BOMBA
A bomba é um dispositivo que tem a função
de transformar a energia mecânica no seu eixo em energia hidráulica
cedida ao fluido. Como todo o processo de transformação
energética existem as perdas, ou seja nem toda energia mecânica
é transformada em energia hidráulica.
O rendimento da bomba é a relação entre a potência
mecânica, fornecida à bomba pelo motor, e a potência
hidráulica cedida ao fluido.
Figura 5: Rendimento da Bomba
3.2 -CURVA DO REDIMENTO DA BOMBA
Figura 6: Curva do rendimento da bomba e vazão
Fonte: Catálogo eletrônico KSB Bombas S.A.
A bomba transforma a energia mecânica no seu eixo
em energia hidráulica cedida ao fluido. Mas, existe limites para
esta tranformação energética. O redimento aumenta
até atingir um ponto máximo, para uma vazão. Após
essa vazão ótima, o redimento da bomba decresce e temos
perdas energéticas .
VOLTAR
4 - PONTO DE OPERAÇÃO
DA BOMBA E INSTALAÇÃO
Considerando as características do sistema e da bomba,
representadas por suas curvas, o ponto de operação do bombeamento
será a interseção das duas curvas. Neste ponto a
bomba cede energia ao fluido para vencer a altura H (m) com a vazão
Q ( m3 / h ).
Figura 7: Ponto de operação do bombeamento
5 -CONTROLE DA VAZÃO
O controle da vazão pode-se dar por dois processos basicamente,
existindo outras alternativas.
Os métodos mais usados são:
1. Controle da vazão por válvula de estrangulamento;
2. Controle da rotação da bomba.
Outras opções para controlar a vazão
são a recirculação e a mudança do diâmetro
do rotor da bomba.
5.1 - CONTROLE DA VAZÃO POR VÁLVULA
Fatores que alteram a curva característica do
sistema, ou instalação:
1. Natureza do líquido bombeado ( peso específico, densidade
);
2. Temperatura do líquido;
3. Variação da altura estática;
4. Pressão dos reservatórios de sucção e descarga;
5. Características ou alterações na tubulação
ou acessório.
No processo de controle da vazão, após a saída
da bomba, inserimos uma válvula, cuja função é
alterar a vazão pela redução do diâmetro, acarretando
um aumento da perda de pressão, na curva do sistema. A rotação
da bomba fica inalterada e a potência consumida aumenta para suprir
o aumento de carga .
Figura 8: Controle de vazão com uso de válvula
5.2 - CONTROLE DA VAZÃO
PELA ROTAÇÃO DA BOMBA
As modificações da curva da bomba são
obtidas de dois modos mais usuais:
1. Variar a rotação da bomba N (rpm);
2. Variar o diâmetro do rotor da bomba.
Na medida em que a rotação da bomba varia
surge um conjunto de curvas paralelas, que representam a operação
da bomba para a velocidade resultante daquela rotação. Isto
em nada afeta a curva do sistema.
Figura 9: Redução da velocidade da bomba
Não há acréscimo na a perda de carga
representada pela altura H. Ao contrário, a resistência para
a vazão Qt2 é menor. Existe uma relação de
proporcionalidade entre a rotação N, da bomba, a vazão
(Q), altura manométrica total (H) e a potência consumida
pela bomba.
Potência consumida pela bomba varia com o cubo
da rotação:
A potência consumida pela bomba varia com o cubo da
rotação, afetando o motor que aciona a bomba em seu rendimento.
Quanto menor a rotação menor a potência no eixo da
bomba e menor a potência de saída do motor.
Uma redução de 10% na velocidade acarreta uma diminuição
de 27% na potência consumida pela bomba. A vazão, diretamente
proporcional à velocidade, tem a mesma redução percentual
da velocidade, 10%.
VOLTAR
6
- OTIMIZAÇÃO DA INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO
A otimização do consumo de energia elétrica
em sistemas de bombeamento hidráulico, passa primeiramente , pelo
estudo das características do sistema de elevatório. Ou
seja, as cotas de elevação, tubulações e acessórios.
Em resumo temos os seguintes
aspectos a observar:
1. Elimine vazamentos de água, evitando desperdícios.
2. Especificar a bomba para operar próximo ao rendimento máximo;
3. Evitar o sobredimensionamento do motor;
4. Para o controle da vazão não usar válvula;
5. Corrigir o Fator de Potência;
6. Evite, sempre que possível, o bombeamento de água no
horário de pico (18 às 21h.).;
7. Dimensionar as tubulações de modo a reduzir as perdas
de carga;
8. Verifique o funcionamento da bóia e utilize “automático”
para ligar e desligar as bombas.
9. Verifique se a alimentação elétrica do motor está
de acordo com as especificações do fabricante.
10. Lembre-se: Economizando água, você está economizando
energia.
INVERSOR
DE FREQUENCIA
|
Nos motores de indução trifásicos mantendo-se
constante a relação V/ f, o fluxo do campo girante se
mantém constante, e o conjugado do motor também será
constante. Isto é conseguido variando-se simultaneamente e
na mesma proporção, a tensão e a freqüência
da tensão de alimentação do motor.
Basicamente o acionamento eletrônico é composto por chaves
eletrônicas e um circuito e controle. As chaves eletrônicas
podem ser Tiristores, GTO, Transistor Bipolar ou Transistores de Efeito
de Campo ( FET).
O mais importante , do ponto de vista da eficiência energética,
é que com o controle eletrônico as perdas são
minimizadas.
|
VOLTAR
|